Apertava-me a alma
beijando-me os pés.
Vestia roupas discretas,
lendo mensagens secretas
de amores alucinados.
Havia sinais iluminados
nos pulsos e na linha
dos dedos.
Abriu armários,
lavou pratos
e xícaras.
As unhas bem cuidadas,
riscavam no corpo malhado,
as marcas do destino.
Nas paredes do quarto
rabiscou com lápis vermelho:
"Sigo pássaros e nuvens.
Beije meus retratos
voltarei amanhã".
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