sexta-feira, 28 de novembro de 2014

A volta



Apertava-me a alma
beijando-me os pés.

Vestia roupas discretas,
lendo mensagens secretas
de amores alucinados.

Havia sinais iluminados
nos pulsos e na linha
 dos dedos.

Abriu armários,
lavou pratos
 e xícaras.


As unhas bem cuidadas,
riscavam no corpo malhado,
as marcas do destino.

Nas paredes do quarto
rabiscou com lápis vermelho:

"Sigo pássaros e nuvens.
Beije meus retratos
voltarei amanhã".



segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Olhos náufragos

Descrevo  as almas
 vendo o espelho
das águas.


As chaves  nas mãos,
não abrem as portas
 nos vales da noite.

Atrás de tudo,
 armários guardam
retratos mofados.

Os olhos
sangram
rios e
lagos.