Para Ana Cristina Cesar
Deixo corpo e alma
no silêncio das águas
e escrevo versos
dedicados a Ana.
A luta diária, o riso
e o pranto, soltam
as cores dos laços.
A língua é livre.
Lambe saudades,
sementes e dores.
Licores amargos,
adoçam os loucos.
Ouvem palavras soltas
na brancura das livros.
Foge teu corpo,
liberta-se a alma.
À espera do último sol,
celebro a noite com
taças de gelo e rum.
Qualquer hora brilha
breve, louca e leve.
Dança teu corpo longe
da poeira nos olhos.
Poetas renascem.
Nas cinzas dos mortos,
gargalham.
Sonham nas salas
dos anjos tortos.
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