domingo, 22 de março de 2015

Para Ana Cristina Cesar


Deixo corpo e alma
no silêncio das águas
e escrevo  versos
dedicados a Ana.

 A luta diária, o riso
e o pranto, soltam
as cores dos laços.

A língua é livre.
Lambe saudades,
sementes e dores.

Licores amargos,
adoçam os loucos.

Ouvem  palavras soltas
na brancura das livros.

Foge teu corpo,
liberta-se a alma.

À espera do último sol,
celebro a noite com
 taças de gelo e rum.

Qualquer hora brilha
breve, louca e leve.

Dança teu corpo longe
da poeira nos olhos.

 Poetas renascem.
Nas cinzas dos mortos,
gargalham.

Sonham nas salas
dos anjos tortos.

 

sábado, 21 de março de 2015

Oração de Aniversário

Senhor Deus do Universo.
sentimos a presença
das almas iluminadas.

Não  somos velhos.
Seguimos caminhos
de  paz e a caridade.

As palavras
papai e mamãe
 direi sempre,
no silêncio
da caminhada.

Quero a celebrar este dia,
com amor a humanidade
e coragem para perdoar.

Quero a sabedoria dos velhos,
os sonhos e a força dos jovens.

Quero flores e a luz dos templos.
 Quero ouvir o sol da eternidade.

Amém.

sexta-feira, 20 de março de 2015

A casa



Na parede do quarto,
espelhos refletem
figuras em êxtase.

Nas sombras,
segredos recebem
o ouro da luz.

No teto, um quadro
de formas medidas
expressa encontros.

Nas mesas e no chão
copos cheios de vinho
 e suores de amores.
 

No Meu Cariri


No meu  Cariri
o fruto dos cactos,
namora o sol.

Crianças no vento
 são aves sem penas.

O som da viola
chega às serras.

O pranto molha
as terras pobres
e secas.

Fluem versos
fáceis e soltos
nos lábios sem
 água e pão.

Brilham terços
em cada mão.

O tempo recolhe
um poema entre
ossos queimados
e folhas no chão.





 

quinta-feira, 19 de março de 2015

Noite alva


Sonhei.
Caminhavas numa estrada.
Havia total silêncio dentro
da noite alva.

O luar penetrava a pele,
feria as almas  cobertas
de sombra e medo.

O amor estava perto.
Miravam seus olhos
o espelho das águas.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Na rua


 Na rua cantaram poemas
 sem títulos nas páginas.

Víamos nos bares,
um jogo de contas,
um terço de mágoas.

Caminhos seguiram
um menino calado.

Viram seus olhos
meu rosto cansado.

Havia medo e pranto
nos sonhos contados.

Os dedos apagaram
as cores do  mundo.

Segredos e pecados
as mãos revelaram.

O amor nas mãos



 A verdade do amor
não corta caminhos.

Não quebra vidraças.
Mostra-se nas praças.

Revela-se no vento,
nas linhas do tempo,
 uma vida nas mãos.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Teu nome


Guardo teu nome
tatuado em cores,
escrito nas pedras.

Na margem do rio
descrevo teus passos
à sombra das árvores.

 

 

Poema da Igualdade

(Ao poeta Breyten Breytenbach, poeta da África do Sul)
 

Um dia, todo os homens,
terão sentimentos iguais.

Avenidas iluminadas.
e a alegria vibrante
nos lares de todos
 os credos e raças.

Haverá somente o aplauso
 pela soberania dos povos.

Nas praças, a arte será
a expressão do Belo.

Todas as faces,
bandeiras e faixas,
de todos os sexos,

todos iguais
nas revistas
e jornais.
 

domingo, 15 de março de 2015

Poema do amor dormindo


Projeta no espaço
um sorriso largo.

A dor estala no
centro da alma.

 O corpo magro
 segue a confusão
dos sentimentos.

Palavras
 borbulham
nos lábios.

Os passos chegam
às salas de Zeus.

Ouve o orvalho,
luares e manhãs.

A dor ensina.
Desperta o dom
de ser  maior.

Deuses iluminam,
colorem os sonhos.
Dorme o amor.